Max
O ar gelado da manhã cortava meu rosto como navalhas, mas não era suficiente pra acalmar o turbilhão dentro de mim.
Cinco da manhã. Eu estava na rua correndo feito um louco com Daniel, que tinha acabado de voltar de viagem e já estava me enchendo o saco como se nunca tivesse ido.
— Vai me dizer que você realmente não dormiu direito essa noite de novo? — ele perguntou, ofegante, mas com aquele tom sarcástico de sempre. — Max, você vai surtar desse jeito.
— Ela sumiu ontem. No meio da madrugada. Com meu carro — falei entre dentes, os músculos da mandíbula tão tensos quanto os das pernas. — Não atendeu. Não mandou mensagem. Nada.