Clara estava se sentindo injustiçada. Até há pouco, comia com tanto gosto, mas de repente perdeu o apetite.
Ela abaixou a cabeça, com os cílios caídos:
— Irmão, agora você entende por que eu defendi o Joaquim, não é?
Jorge permaneceu em silêncio.
— Por quê? — Perguntou Isabela.
Clara respondeu:
— Porque ele, assim como eu, é chamado de idiota.
Isabela ficou em silêncio. Ela olhou para Jorge, como se seu olhar dissesse: "Viu? Você o julgou mal."
— Eu sinto pena dele, mas não gosto dele. — Clara continuou explicando. — Irmão...
— Chega. — Jorge a interrompeu. — Mesmo que você não goste dele, ele não é digno de pena, nem um pouco. Em vez de dar um emprego a ele, eu preferiria dar a oportunidade a um recém-formado. Hoje em dia, olha como é difícil encontrar um trabalho! Quantas pessoas talentosas não têm oportunidade? O Joaquim simplesmente não quer progredir. Ele já tem uma base pronta na própria família. Se ele realmente tivesse alguma habilidade, será que não teria onde demonstrar?
Clar