A secretária do CEO ainda é virgem, mas precisa pagar uma dívida com um agiota barra pesada. Um valor exorbitante, que o seu salário jamais seria capaz de pagar. Além disso, a mulher que ela tem como mãe está com uma doença autoimune e precisa de tratamento. Alice não tem condições para arcar com tudo isso. Sem alternativas, ela decide por ser acompanhante de luxo numa boate cujo sigilo absoluto é uma regra não-negociável. Ali ela passa a ser a Annie. Um cliente misterioso chamado Mark irá se encantar por ela logo de cara, e comprará a virgindade de Alice. Ela só não contava que Mark lhe atrairia tanto, e que ela se sentiria dividida entre o cliente sedutor e misterioso e o seu novo chefe: Ethan Johnson. O herdeiro da J’Passión, Ethan, assumirá a empresa após a morte do pai, e a atração entre ele e sua secretária crescerá a cada dia. Jovem, solteiro, bonito e cheio de carisma, o CEO rapidamente despertará a paixão em Alice. O problema é que ela tem uma dívida alta a pagar, uma vida-dupla como dançarina, um cliente por quem também se sente fortemente atraída e uma gravidez não-planejada. Segredos sempre possuem prazos para serem revelados. Escolhas precisam ser feitas. Sexo ou amor? Desejo ou sentimento? Quem fica com Alice? Quem é o pai do seu bebê? Teria o destino reservado uma surpresa?
Leer másMe olho no espelho. A minha boca está pintada de um batom vermelho que nunca ousei usar. Meus seios estão presos por um sutiã de aros tão pequenos, que me deixa constrangida. Eu uso uma calcinha fio-dental cheia de micro pedras de brilho. Meus pés estão envoltos em saltos agulha. O rosto? Enfiado debaixo de um capuz parecido com aqueles que os bandidos usam nos assaltos a banco. Mesma coisa.
Meu Deus, uma puta!
Eu não consigo entender o porquê a minha vida chegou a esse ponto em que me encontro agora. Tudo caminhava tão bem. O início da minha faculdade... O trabalho que meu pai me conseguiu na J’Passión... Meu pai havia se casado com Diana... Estávamos morando no Bronx, NY. Até que veio o acidente!
O Sr. Augusto Vilas, meu amado pai, trabalhava há 20 anos como motorista do Hernandez Johnson, meu chefe. Eles eram muito amigos, havia um forte elo de confiança entre os dois.
Sr. Johnson era um homem simples e, para mim, não existia patrão melhor no mundo. Havia pagado a minha faculdade e ainda me dado uma vaga de emprego na empresa dele.
Ah! Quanta ilusão!
Não que ele tenha sido alguém ruim, até porque a parte do emprego era real. É só que o meu pai havia mentido para mim e Diana, a sua segunda esposa, todo o tempo.
Sr. Hernandez nunca pagou pelo meu curso na universidade. Na verdade, meu pai tomou um empréstimo com um agiota — Bem barra-pesada — para pagar pelo meu curso. Sim!
Meu pai e o senhor Johnson sofreram um acidente de carro, ficando ambos em situação grave. Permaneceram em estado vegetativo por todo esse tempo, cerca de dois anos, até que há quatro meses o senhor Hernandez descansou e, ironicamente, no mês seguinte meu pai também se foi.
Ao longo desses dois anos, dívidas foram se acumulando com o hospital. Algumas coisas o plano de saúde não cobria e eu precisava pagar essas despesas extras com o meu salário de secretária. Mesmo já tendo pagado uma boa parte, ainda tinha um residual considerável a pagar. Eu achava que essa dívida restante — que somavam pouco mais de trinta mil dólares — fosse desesperadora, mas eu estava muito enganada!
Assim que o caixão do meu pai entrou na gaveta, três meses atrás, eu fui interceptada por um homem sombrio, ainda no cemitério. Ele carregava nas mãos uma pasta, e nela, uns documentos que atestavam que Augusto Annésio Vilas devia para ele 260 mil dólares, mais os juros. Quase me joguei na cova porque, sinceramente, eu estava morta!
Não tínhamos nenhuma mísera reserva de dinheiro. O pecúlio do seguro de vida de papai já tinha subido na poeira devido as cirurgias. E, como eu já disse, não cobriu todas as despesas, pois ainda ficou aquele residual que eu parcelei em centenas de vezes para conseguir quitar.
De onde eu tiraria todo esse valor?
Além disso, o miserável deixou claro que caso eu não conseguisse pagar a dívida, seria obrigada a casar-me com ele. Ou pagava, ou se casava, ou morria.
A pressão da notícia foi tão grande que Diana passou mal logo após o tal do Brenner, o agiota, sair da nossa frente. Eu mal tinha assimilado o que me foi dito, quando a levei ao hospital. Assim que ela saiu da sala de exames, o médico trouxe consigo mais uma pancada: Minha madrasta, que era como uma mãe para mim, estava com esclerose múltipla. Um lado de seu corpo estava paralisado e ela ia precisar de fisioterapia e medicação contínua.
Eu também fiquei paralisada. Nem lágrima mais descia.
Desesperada era elogio. Quem sabe a palavra pânico chegue próximo do que senti. E ainda sinto. Brenner quer dinheiro todos os meses, e o valor não é pequeno. Cada mês que deixo de pagar a dívida toda, soma mais juros. É uma bola de neve! E a doença de Diana precisava ser tratada, não tinha cura.
Foi no mais completo terror e angústia que apelei para a Vanessa. Amigas de toda uma vida, feita no antigo bairro que morávamos, recorri a ela. Vanessa seguiu um rumo até então diferente do meu, embora nunca estivéssemos afastadas uma da outra. Ela escolheu ser acompanhante de luxo, teve seus motivos para isso e não julgo.
Van já havia me inteirado, há tempos, sobre como funcionava o esquema e o dinheiro que rolava. Era muito dinheiro MESMO. Também era uma opção melhor do que vender drogas ou me casar com o tal homem tenebroso. Então, liguei para ela e pedi que me colocasse nisso, porque não havia outra maneira de conseguir dinheiro rápido para pagar aquele agiota.
Eu precisava também bancar as despesas de aluguel da nossa casa. Morar no Bronx era mais caro que em Staten Island, porém era mais próximo do meu trabalho e da faculdade.
E tinha o juros! Pai amado, o juros! E a fisioterapia da Diana, e os remédios. O hospital, a comida, as contas básicas, as despesas da graduação... Céus! A pensão dela e meu salário não dariam para tudo isso.
Era o jeito encarar aquela proposta nada decente, porque o prazo para o próximo pagamento do Brenner já estava encerrando. Há duras custas consegui quatro meses com ele para começar a pagá-lo. Três meses já haviam passado e eu não tinha mais escapatória. Mesmo vendendo coisas materiais de valor, não havia conseguido nem 5 mil dólares. A quem eu queria enganar? Não havia escolhas.
Assinei a papelada semana passada, passei pelas instruções necessárias, fiz exames médicos, aulas e aqui estou eu.
Nervosa! É como me sinto. Meu primeiro dia na boate! Estou me sentindo suja, mesmo que com esse capuz na cara ninguém me reconheça. Eu não me reconheço!
Respiro fundo! Sopro! É agora!
Acordei ao som do meu despertador. E, puxa vida, não dormi quase nada. Eram mais de 3h da manhã quando aquietamos os ânimos.Ethan é um furacão na cama. Atencioso como Mark, mas muito mais carinhoso no pós sexo. Eu me senti poderosa com ele, com a autoestima renovada. Nós temos muita química e não parecia que nunca havíamos nos amado antes. Eu conhecia, de alguma forma, o corpo dele e ele ao meu.Era lindo dormindo, tão ou mais do que acordado. Alisei o seu rosto para que tirasse suas pernas pesadas de cima de mim. Ele se remexeu, provocou um pouco, até abrir os olhos. Esfregou-os, antes de verdadeiramente me encarar. Ele sorriu de forma manhosa.— Bom dia, minha linda! — Saudou.— Bom dia, dorminhoco. — Respondi, brincando. Ele riu mais. — Precisamos nos levantar ou chegaremos atrasados.— Bem, você está com seu chefe, não fique preocupada. — Brincou, alisando meu rosto.— Não é muita coincidência que o chefe e a secretária cheguem atrasados no mesmo dia? Detalhe, nunca atrasamos. —
O meu mundo pareceu girar ao ouvir o Ethan dizer aquilo.Apaixonado? Meu peito bateu frenético e forte, senti-me arrepiar e meus olhos umedeceram de emoção. Era tão incrível que isto estivesse acontecendo. Justamente agora que o Mark e eu havíamos encerrado tudo. Eu não pararia para pensar em nada agora, porque estava impactada demais com o que acabei de ouvir.— Não vai falar nada? — Perguntou. — Está assustada? Eu confesso que eu também fiquei assustado quando descobri que havia me apaixonado pela minha secretária e melhor amiga. — Continuou. — Mas eu sabia que isso poderia ocorrer desde que nos conhecemos.— Ethan... — Comecei. Mas me faltaram palavras, eu estava ofegante, como se estivesse correndo milhas. — Me beija! — Pedi. Ele soltou um daqueles sorrisos que decalcam sua covinha e sem mais delongas, colou seus lábios nos meus.E não foi como aquele beijo esfomeado de outras vezes, foi um beijo sereno e que me causava um misto de excitação e acolhimento. Era como encontrar seu
Eu e Diana acordamos, sem dúvidas, muito mais animadas que os últimos meses. Não me lembrava de quando foi a última vez em que estive assim, tão leve, quanto me sentia agora.Confesso que demorei a dormir. Minha despedida ontem do Ethan e sua voz rouca em minha orelha, ainda me queimou por longas horas. Só me faziam lembrar de todos os nossos beijos, da química que tínhamos e tudo só me fazia ter mais certeza de que, puxa vida, eu estava muito apaixonada. Carente também, já havia se passado um mês desde que havia perdido minha virgindade e de lá pra cá, nada mais aconteceu. O homem me viciou no pecado e foi embora, me deixando à mercê dos desejos que nutro pelo meu chefe.E, por falar em chefe, a cada vez que passo meu tempo ao lado dele, me sinto mais apegada. É tão fácil conviver com Ethan, é tão natural, que me assusta. Já descobri alguns de seus defeitos, é orgulhoso, possessivo e impiedoso, algumas vezes. Pode ser seu amigo para sempre, mas basta uma decepção e será igualmente et
A boate estava lotada esta noite. Dava para ver o volume de carros no estacionamento e na rua. Entrei, me vesti com uma roupa toda branca, um vestidinho de renda. A calcinha era fio dental e eu odiava ter que usar aquele tipo de peça enquanto dançava. Incomodava demais. E ainda me fazia sentir mais nua que o normal. Botei meu capuz branco, ajeitando o nariz e os olhos nos buracos. Escolhi uma peruca branca e calcei os saltos, saindo para o salão. Antes de ir para os elevados, rumei para o escritório do Pfeiffer. Andrei, um segurança, estava parado diante da porta.— Preciso conversar com Pfeiffer. — Avisei. Era a primeira vez que era interceptada na porta. O homem fez um gesto me pedindo para aguardar e não demorou muito a Danny sair de sua sala, limpando os cantos da boca cheia de batom vermelho.— Boa sorte, Annie. — Me disse. Ela já sabia que eu iria conversar com ele.Entrei na sala quando Andrei me deu passagem. Ele concertava suas calças quando passei pela porta.— Annie! — Come
Fiquei absolutamente constrangida com a revelação. Ethan sorriu feliz da vida com o fato de que eu estava sendo reconhecida, ou, seja lá qual for o real motivo. O fato era que eu não sabia o que fazer com aquele vazamento de informação. Não achava que era o momento certo para que aquela sede soubesse a origem da criação do aroma.— Como é? — A insuportável da Tereza perguntou, quase saltando da cadeira. — A Alice criou a fragrância?— Sim. Ela é apenas uma estagiária na fábrica, e já possui um perfume à venda. Essa menina tem muito futuro, ela é maravilhosa em tudo. — Dona Betty se rasga em elogios deixando-me ainda mais tímida e, ao mesmo tempo, contente. — Se vocês sentirem, irão ter noção de porque o Ethan apostou nela para substituir o anterior. É um tiro certeiro. — Ela disse. Depois me olhou e alisou meus cabelos.— Não posso acreditar nisso. — Bufou Tereza, de forma baixa, mas não o suficiente para não ser ouvida. — Eu deveria ter suspeitado que ela estivesse envolvida. Por is
Amanheci ainda pior na segunda. Eu não tinha mesmo condições de ir ao trabalho e, pela primeira vez em toda a vida, liguei para avisar que não iria devido a problemas de saúde. Bem, o RH nunca foi meu amigo, então informou que descontaria as minhas horas não trabalhadas.Minha cabeça estava tão dolorida, que me esqueci completamente de avisar ao meu chefe, de que hoje eu não apareceria, então não foi uma surpresa quando Amanda ligou para a Diana desesperada por notícias.— Lili, a Amanda quer falar com você, querida! — Diana me avisou, passando-me o seu telefone.— Oi, amiga. — Eu disse, com a voz totalmente anasalada.— Alice, o que aconteceu, amiga? O Sr. Ethan está em busca de notícias suas. E você NUNCA se ausenta. — Afirmou, aflita.— Eu estou resfriada, amiga. Com uma mega dor de cabeça, e um chafariz no lugar do nariz. — Respondi, assoando logo em seguida. — Mas não se preocupa, estou tomando chá e remédios, amanhã eu devo estar mais disposta. Avisa ao Ethan para mim. — Pedi. D
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