A noite chegava como um véu de tinta sobre os campos que rodeavam Thariel. O céu, cinzento e pesado, parecia prenunciar o horror que se aproximava. As ruas da vila estavam silenciosas demais. Os sussurros tinham aumentado nas últimas semanas — histórias abafadas sobre Oriana, sobre a maldição, sobre lembranças que voltavam sem explicação. E o rei ouvira. E o rei responderia.

No salão de pedra do castelo, Vermon apoiava-se contra uma das colunas. Seu olhar estava fixo em Thenos, que se mantinha firme diante do mapa estendido sobre a grande mesa de ferro.

— Você levará os Guerreiros da Névoa — disse o rei, com voz grave e definitiva. — Eles trarão de volta o silêncio. Custe o que custar.

Thenos assentiu, a expressão serena como sempre.

— Os sussurros em Thariel tornaram-se cânticos velados. Os mais velhos contam histórias que deviam ter sido apagadas. As crianças as repetem como rimas. Está se espalhando como um incêndio.

— Então levaremos o dilúvio — disse Vermon, sorrindo com amargur