A trilha que cortava o bosque antigo estava silenciosa demais. Nem mesmo os pássaros ousavam cantar. As árvores se inclinavam para dentro do caminho, como se quisessem ouvir cada passo deles. Evelin sentia o chão vibrar sob as botas, uma pulsação baixa e constante que não vinha da terra… mas dela mesma.
Eros caminhava alguns passos atrás, ainda pálido. A ferida no ombro, agora envolta em tecido limpo, não sangrava mais, mas seu olhar denunciava o cansaço. E algo mais — perplexidade.
— Desde o templo… você está diferente — ele disse, a voz baixa, quase como se falasse para não despertar a floresta.
Evelin não respondeu de imediato. Os dedos tocaram de leve a marca que agora serpenteava por seu braço, o desenho de espirais azuladas que pareciam vivas.
— O templo apenas me lembrou o que estava adormecido — murmurou. — Não me tornei outra. Eu sou o que sempre fui.
Eros assentiu lentamente, como se estivesse tentando aceitar uma verdade que não conseguia compreender por completo.
— E o que