O orvalho ainda reluzia nas folhas quando Amanda saiu para respirar o ar gelado da manhã. Tinha acabado de tomar seu café e precisava de silêncio antes do turbilhão da empresa. Caminhava entre as árvores do jardim lateral quando ouviu passos rápidos atrás de si.
Clara.
— Podemos conversar? — disse ela, com a voz firme.
Amanda se virou devagar. O vento soprou, e seus cabelos longos balançaram como se dançassem com a tensão no ar.
— Claro — respondeu Amanda, seca. Já sabia o que viria.
Clara deu mais um passo, parando frente a frente com ela.
— Você vai continuar fingindo que nada está acontecendo?
Amanda cruzou os braços, os olhos frios.
— Não estou fingindo nada, Clara.
— Dormiu com ele, não foi? — Clara cuspiu as palavras como se estivessem queimando sua boca.
Amanda não respondeu de imediato. Apenas sustentou o olhar da outra mulher, sem desviar.
— E se eu disser que sim? Vai correr contar pro Augusto? Ou chorar nos braços do José?
— Eu só quero entender como você é capaz de trair t