A luz da manhã atravessava as janelas da fazenda Duarte, refletindo sobre os móveis antigos e os quadros de família pendurados na sala de jantar. O cheiro de café fresco invadia os corredores, mas o ambiente estava mais silencioso do que o habitual.
Ana, com sua xícara nas mãos, olhou ao redor com o cenho franzido.
— "Gertrudes, Amanda e João já chegaram? Dormiram na cobertura?"
A governanta, sempre discreta e atenta, ajustou a barra do avental antes de responder.
— "Não, dona Ana. Não voltaram. E também não ligaram."
Ana pousou a xícara devagar no pires.
— "Nem uma mensagem?"
— "Nada."
Mirela, que entrava na sala nesse momento com o cabelo preso em um coque desalinhado, tentou aliviar o clima.
— "Tia Ana, eles devem estar bem. João... morre pela Amanda. Não desgruda dela nem um segundo."
Clara, sentada à mesa com um pão pela metade na mão, soltou uma risada abafada e comentou com ironia:
— "Como morre, hein... Deve ter morrido várias vezes só essa noite."
Ana lançou um olhar de adver