Naquela manhã fria, o relógio ainda marcava pouco mais de cinco horas quando Amanda já estava desperta. A água quente do banho lavava o corpo e o cansaço da noite intensa, mas não as marcas — suaves, quase reverentes — que João deixara em sua pele. Marcas que não eram apenas físicas, mas também memórias tatuadas na alma.
Ela se vestiu com elegância serena: tons claros que realçavam sua leveza, cabelos presos em um coque que deixava o rosto ainda mais forte e feminino. No pescoço, o colar com o pingente da família Duarte repousava como um lembrete — de sua origem e, talvez, de seu fardo. O broche discreto na lapela e o lenço combinando davam o toque final à imagem de uma mulher que não apenas voltara — mas renascera.
Ao entrar na cozinha, Amanda foi a última a chegar, e todos levantaram os olhos para vê-la. Houve um instante de silêncio. Não era só sua beleza que chamava atenção, mas a presença. Um tipo de presença que dominava o ambiente sem esforço.
Ela caminhou até a mesa com passos