Depois da aula, Amanda e Beatriz desciam as escadas do prédio ainda rindo de algum comentário bobo. O plano era simples: ir para o apartamento da Bia, como combinado, comer alguma besteira, colocar o papo em dia e finalmente dormir sem depender da rotina da fazenda.
Mas, ao virarem a esquina em direção à rua, ali estava ele. Encostado no carro, braços cruzados, o mesmo olhar de sempre. João.
Amanda parou no mesmo instante.
— Ah não... — murmurou. — João? O que você tá fazendo aqui?
João se endireitou, caminhando na direção das duas.
— Vim te buscar.
— Eu disse que ia dormir na Bia hoje.
— Pois é. E eu disse que você não vai — ele respondeu, seco.
Beatriz abriu a boca, mas Amanda a impediu com um gesto calmo.
— João, isso já passou dos limites. Eu avisei. Combinei com a Ana, com o Zé. Você não é meu pai.
— Eu sou seu irmão. E tô cuidando de você.
— Cuidar não é me seguir à noite como um stalker e decidir onde eu posso dormir. Eu não sou mais aquela menina da fazenda, João. Você precisa