O domingo amanheceu lento, morno, com aquela luz dourada que parecia intencional demais, entrando pelas frestas como se quisesse tocar só os dois.
Liandra despertou primeiro.
Ou melhor, despertou porque sentiu o corpo dele inquieto antes mesmo de abrir os olhos.
A tensão dele vibrava contra ela como uma onda silenciosa, o peito subindo mais rápido, o maxilar rígido.
Ela se aproximou instintivamente, encostando o rosto no pescoço dele, sentindo o cheiro quente e limpo que parecia ter sido criado só para deixá-la sem ar.
— Rafael… — murmurou, quase sem voz.
Ele abriu os olhos devagar, como se estivesse voltando de muito longe.
E então sorriu. Um sorriso pequeno… mas carregado de tantas coisas que ela sentiu o estômago se contrair.
Puxou-a para perto e beijou o topo da cabeça dela, um beijo que não era de despedida, nem de começo. Era de necessidade. De pertencimento.
— O que te preocupa? — ela perguntou, e sua própria sensibilidade a assustou. — Eu sinto você.
Ele fe