Eram por volta das cinco da manhã.
O hospital da matilha Lua Vermelha permanecia em silêncio absoluto, aquele tipo de silêncio pesado, que parece gritar o que ninguém tem coragem de dizer em voz alta.
Felipe estava imóvel na sala de espera, o corpo tenso, o olhar fixo em algum ponto distante.
As mãos ainda manchadas de sangue, os músculos rígidos.
O ar cheirava a desinfetante e metal.
André observava de perto.
Sabia que qualquer palavra naquele momento soaria inútil.
Felipe estava por um fio, sustentado apenas pela esperança de que ela respirava.
A porta se abriu e Liandra entrou com Nicolas.
Ambos exaustos, ainda marcados pela noite anterior.
Nicolas trazia uma mala e duas sacolas; Liandra, uma mochila nas costas.
— Trouxemos o que deu tempo de preparar, disse Nicolas, colocando as sacolas sobre as poltronas. — Roupas, toalhas, material de higiene. Grace mandou o casaco dele e algumas coisas da Alice.
André assentiu. — Fez bem.
Liandra observou Felipe em sil