O corredor parecia infinito.
Felipe caminhava em silêncio, os passos lentos, pesados.
As luzes brancas piscavam sobre a cabeça, refletindo o cansaço gravado no seu rosto.
O cheiro de éter, o som constante dos monitores, o frio das paredes, tudo parecia distante.
Tudo, menos a presença dela.
Ele sentia Alice.
Fraca, mas ali.
Um sopro suave que ainda vibrava dentro do elo, como uma chama prestes a apagar, mas que teimava em resistir.
A enfermeira abriu a porta com cuidado.
— Pode entrar — disse, num tom de respeito. — Apenas alguns minutos.
Felipe assentiu, sem conseguir responder.
Entrou.
O quarto estava silencioso, iluminado apenas pelo brilho pálido das máquinas.
Alice jazia sobre a cama, a pele quase tão branca quanto os lençóis.
Havia curativos nos ombros e no peito, tubos conectados, e o leve subir e descer do peito indicando que ela ainda respirava.
Felipe parou ao lado dela, sem saber o que fazer.
Por um instante, ficou apenas olhando.
Aquela imagem rasgava o pe