O sábado amanheceu calmo, mas o ar carregava algo diferente, como se a lua já sussurrasse promessas ao longe.
Alice passou a manhã na matilha, entre treinos e risadas discretas. O corpo doía, mas era uma dor boa, viva.
Desde que começara os treinamentos de defesa, algo nela parecia despertar, uma força que nem sabia possuir.
O sol ainda brilhava quando o carro negro cruzou os portões.
Ela reconheceu o som antes mesmo de vê-lo.
Aquele motor tinha um jeito de se impor, como o dono.
Felipe.
Ele caminhava em sua direção com passos firmes, o vento mexendo levemente o cabelo e aquele olhar, o mesmo olhar que parecia desarmar qualquer muro que ela tentasse erguer.
Os olhos verdes, profundos, pareciam observar cada detalhe: o cabelo preso, o rosto suado, a postura cansada, mas confiante.
Um sorriso discreto surgiu nos lábios dele.
— Terminou? — perguntou, a voz grave, rouca, de um jeito que soava mais como um convite do que uma pergunta.
— Quase. — respondeu, limpando o