O perfume das flores foi a primeira coisa que Alice percebeu ao despertar.
Um aroma doce, suave, misturado ao cheiro de que ela já reconhecia: Felipe.
Quando abriu os olhos, viu sobre a mesa um buquê esplêndido de rosas entremeadas por lírios brancos — frescos, delicados, envoltos em papel claro.
Ao lado, um pequeno bilhete escrito à mão:
“Desejo que o seu dia comece tão bem quanto o meu começou. — F.”
O sorriso nasceu sem esforço.
O gesto era simples, mas carregava o tipo de cuidado que só ele sabia demonstrar.
Ao se mover, percebeu algo diferente.
A camisola que vestia não era a mesma da noite anterior — esta era de tecido fino, leve, quase etéreo.
As roupas de cama também haviam sido trocadas; o lençol exalava o aroma limpo de lavanda.
Por um instante, ficou imóvel, tentando lembrar quando isso havia acontecido.
Nada.
Tudo o que recordava era o toque dele, o calor da pele, o sono que veio depois — profundo, absoluto.
E então compreendeu.
Felipe havia trocado tudo.
Ele a havia limpa