A casa estava silenciosa quando Felipe entrou, o casaco ainda pesado do frio lá fora e da tensão que permanecia em seus ossos. Ele fechou a porta devagar, como se temesse desperdiçar um único som que pudesse perturbar o que encontraria lá em cima.
Alice.
Seu farol.
Sua cura.
Seu ponto fraco e sua força absoluta.
Ele subiu as escadas com passos firmes, mas o coração acelerado. Quando abriu a porta do quarto, ela estava sentada na cama, pernas cruzadas sob uma manta leve, o cabelo solto caindo pelos ombros e um sorriso suave floresceu assim que o viu.
— Você voltou — ela disse, como se aquilo fosse o que deixava o mundo no lugar.
Felipe fechou a porta atrás de si e cruzou o quarto em silêncio. Sentou-se na beira da cama, a mão procurando a dela.
— Não demorou — murmurou. — Prometi que voltaria hoje.
Alice sorriu, orgulhosa.
— Eu sei. Você sempre cumpre o que promete.
Felipe respirou fundo.
O ar pareceu pesar.
— Antes de qualquer coisa… — começou ele — preciso q