Caroline manteve o telefone colado ao ouvido, respirando como quem carrega o peso do mundo.
Do outro lado, a voz forte e serena de Helena Almoura ecoou:
— Caroline? Está tudo bem?
Era exatamente o tom que ela queria.
Caroline deixou o ar tremer, uma respiração falhada, calculada.
— Luna… eu… desculpe ligar tão cedo. Eu… eu não sei o que fazer.
O silêncio atento de Helena tinha peso.
Caroline sentiu o momento e entrou no papel.
— Eu fui procurar o Rafael ontem. Eu… precisava falar com ele.
A voz dela falhou, perfeita.
— É que… eu descobri que estou grávida.
O impacto atravessou Helena como uma lâmina.
— Grávida? — repetiu, num sussurro de pura surpresa.
Era choque.
Era susto.
Mas também… um brilho de alegria contida.
Um neto.
Da linhagem Almoura.
Caroline percebeu e aumentou a fragilidade na voz.
— Eu não queria criar problemas. Sei que ele está com a Liandra agora. Eu sei que não tenho lugar… mas essa criança… Luna… essa criança não tem culpa.
H