Mansão Rurik – Escritório de Dmitry – 07h41
O som da caneta de Dmitry riscava os papéis em seu escritório quando ele parou subitamente. O cheiro do chá vindo da cozinha já não chegava até ali. O silêncio da casa não era o mesmo.
Algo estava errado.
Ele ergueu os olhos, sentindo um desconforto rasgar-lhe o peito. Era como se um fio invisível, conectado à sua alma, tivesse sido violentamente puxado. Seus dedos apertaram a caneta com força até ela estalar.
— Susan…
O nome escapou como um sussurro quase animalesco. Ele se levantou de imediato, atravessando o corredor com passos largos. Ao virar no salão principal, ele a viu.
Susan estava de joelhos, o corpo curvado sobre a própria sombra, as mãos trêmulas e os olhos fixos na tela da TV. Ela não chorava. Não ainda. Era como se o luto estivesse engasgando na garganta, sem conseguir sair.
— Jenn… — Sussurrou ela, com a voz partida. — Ela… Ela...
Dmitry ajoelhou-se diante dela, segurando seu rosto com as mãos quentes.
— O que aconteceu? Fala