A casa estava em silêncio.
Era estranho como o barulho da ausência podia ser mais ensurdecedor do que qualquer grito.
O silêncio parecia empurrar as paredes, tomar cada canto, pressionar o ar. Bryan deu dois passos e parou, como se estivesse pisando em território desconhecido dentro da própria casa. Bones se remexia, inquieto, arranhando o interior do peito dele.
“Perdemos nossa companheira…” Bones urrou dentro dele, impaciente, quase doloroso. O lobo rodopiava, feroz, como se procurasse uma saída, um rastro, qualquer vestígio dela.
Bryan ainda estava na sala, parado no mesmo lugar onde tinha visto Mia desaparecer pela porta algumas horas antes. O copo que segurava já não tinha mais nada além de um resquício de uísque e suor. Suor do vidro, suor das mãos dele. Estava tremendo.
Ele piscou, lembrando a frase que ela lhe jogou como adaga:
“Um dia eu já acreditei que era sua preferida, agora não acredito mais nisso.”
O som daquela frase batia dentro dele como martelo, repetido e repetido,