Malik Strigoi.
Sentado em uma poltrona antiga de couro preto, ele parecia à vontade, como se aquela casa fosse dele. Uma taça de cristal repousava em sua mão com vinho dentro, ele parecia confortável demais para um intruso. As sombras pareciam repousar confortavelmente em volta de seu corpo, moldando-se a ele como um manto invisível.
— Mal… o que quer? — Mia perguntou, a voz baixa, firme, um eco da mulher que ele um dia conheceu.
O fogo azul da lareira iluminava seus traços de modo desigual, metade anjo, metade demônio. O brilho frio realçava o contorno do maxilar, a curva dos lábios imóveis, o olhar que atravessava a alma.
Mas havia algo diferente.
Não a frieza habitual.
Não o distanciamento de uma criatura feita de noite e tempo.
Havia adoração.
Saudade.
Dor.
— Então… você se lembra de tudo. — Malik disse, sem perguntar.
Mia virou-se. O copo tremia levemente entre os dedos. Levou-o aos lábios, mas não bebeu ainda.
Os olhos dela o estudavam com atenção — e não