Alex narrando
O primeiro raio de sol trespassou as frestas das pesadas cortinas, iluminando o vazio ao meu lado na cama. Meu braço estendido encontrou apenas o frio da seda amassada, onde horas antes o calor do corpo de Luna havia queimado como uma brasa viva. Ergui-me de um salto, os sentidos imediatamente alertas. O quarto estava em silêncio, mas o ar ainda carregava o seu perfume – uma mistura de flor selvagem e o cheiro único da nossa noite.
Meu olhar caiu sobre os lençóis. Lá, manchando o branco imaculado, estava a prova crua e inegável do que acontecera. O rubor de sua pureza, entregue a mim na fúria e no êxtase. Uma pontada estranha, aguda e desconhecida, latejou no meu peito ao ver aquela marca. Não era apenas a satisfação do caçador pela presa capturada. Era algo mais profundo, algo que me fez sentir... exposto. Vulnerável. “Medo.”
A palavra surgiu na minha mente como uma lâmina. Medo do que ela estava despertando em mim. Medo de que aquilo fosse além da posse, além da ob