— Nossa senhora. — Nunca na vida Lola pensava que ia ter uma conversa daquela com outro homem que não fosse o namorado.
— Então você perguntou o que era para o Shan?
— Claro, até aquele momento você era um segredo total. Então sim, eu precisava saber de tudo. Sabe muito bem que o Max não iria me contar, se eu perguntasse a ele.
— Foi um acidente. — Não era bem verdade, mas àquela altura do campeonato não precisava falar sobre o assunto novamente ou dar detalhes. — Mas você entende, que se eu estivesse mal-intencionada, ou quisesse, sei lá qualquer outra coisa. Não teria feito nada quanto a isso. Deixaria rolar. — Nem conseguia olhar direito para ele. — E eu assinei o termo. Lembro muito bem, a quão específica é essa parte. Um tanto evasiva até.
Nisso ele conc
Mas Philipe a olhava incrédulo depois de um tempo ainda raciocinando tudo que estava ouvindo de Ellora, mesmo sabendo muito bem que todos da família falavam tão bem dela e como reagiam a presença, era desconfiado, era o jeito dele. Mas conhecia o irmão como ninguém, sabia o quanto ele se negava a se casar quando tocava no assunto com era como ir à guerra. Mas talvez fosse porque queriam interferir nas escolhas dele.— Nos dê uma chance, vai ver que somos bons juntos. Fazemos bem um ao outro. Sou doida pelo seu irmão. — O sorriso de aparecia no mesmo instante que falava dos sentimentos dela, com Max. Era verdadeiro.Quando ouvia as palavras vindo dela, e da certeza que tinha ficava pensativo, talvez não estivesse dando uma chance aos dois.— Sei que não sou a escolha perfeito para ele, aos seus olhos. Não sou inglesa, sou independente, teim
Depois de um tempo em tentativas e atirando em alguns alvos que ele estabelecia, tinha ido bem. Nem de longe eles tinham visto um cervo ou algum animal que pudessem ter acertado. O caminho de volta tinha sido mais confortável, enquanto ele contava a ela as novas descobertas dos filhos e do Artur, o mais velho que a chamava de tia Lola, americana. Aquilo era divertido, mas a frase lembrava aqueles cartazes de recrutamento do exército americano. Gostava das crianças mesmo com pouco contato com eles, sabia o quanto era incrível. Quando chegaram mais perto da clareira já ouviram novamente os tiros a longa distância, e quanto mais se aproximavam reconhecia um rosto o outro.Avó deles agora estava cercada de todos cachorros que ela tinha trago e dividia com eles alguns sanduíches.Assim que Max a via chegando e até aceitando ajuda de Philipe estranhava, os dois agora pareciam próximos enquanto e
— Aqui dentro, rapidinho. — Max trazia Lola com ele, que não estava entendendo o que queria com ela ali.— Está bom. — Ela falava devagar o olhando, e entrava no lugar onde tinha algumas coisas guardadas entre selas dos cavalos.— E agora? — Ainda não tinha entendido, bem a intenção então olhava as coisas que tinha ali entre as escovas e até algo que parecia um chicote.— Só um momento a sós, baby. — Max a pegava pela cintura e deixava sentada na bancada, dava para ver o olhar perdido de Lola. Mas assim que subia as mãos pelas coxas dela, já notava o canto dos lábios subirem e ela mesma o envolvendo pelo pescoço para o beijar no mesmo instante.Não tinha um porquê de estarem ali, poderiam estar no quarto, a sós e à vontade. Mas nunca que ia negar qualquer coisa ele, principalmente quando a pegava no colo daquele jeito, era leve demais para ele e só imaginava como aquele homem perfeito era todo dela. Então o beijav
É só uma festa, você merece. Se arrume, fique lindíssima, use aquele vestido azul que tanto ama. Beba alguns drinks, dance e ria com suas amigas. Era o que Ellora dizia para si enquanto terminava o banho. Apesar de estar exausta mentalmente depois da longa semana de projetos e testes-piloto de implantações que assumira nos últimos meses, esforçava-se para se animar e não desistir de última hora. Entre tantas responsabilidades, ainda era a única pessoa que deveria executar, mas almejava aquela promoção tão prometida pelo diretor. Então, tinha que encarar o desafio até o fim.Mesmo que sua vontade fosse vestir um pijama confortável e acompanhar a noite com uma panela de brigadeiro, ela iria sair. Havia prometido às amigas que se divertiria, não reclamaria e nem pensaria em trabalho. O melhor salto já estava separado, dançaria todas as músicas que quisesse e até paqueraria um cara bonito que chamasse sua atenção. Apenas por diversão, nada sério. Só por aquela noite, não precisava pensar
Era notável a intenção da amiga ao ajustar o vestido preto e brilhante, tentando destacar ainda mais o decote. Como se as quase duas horas que passou se arrumando não tivessem sido suficientes. Lola sempre agradecia por cada uma ter seu próprio espaço e quarto, pois, nesse ponto, eram muito diferentes. Ela era racional, via tudo preto no branco, sem floreios ou ilusões. Sempre dizia a si mesma que, se não houvesse um bom motivo, não valia a pena continuar. Já tinha aprendido essa lição na última vez em que se deixou levar apenas pelo coração e pela emoção. Patrícia, por outro lado, era pura adrenalina, loucamente apaixonada pela vida, pelos riscos e por tudo o que pudesse proporcionar diversão. Enquanto a observava se arrumar, Ellora já sabia: lá pelas 1h da manhã, a amiga estaria bêbada e aos pés dele, mesmo que o visse com outras mulheres. Era sempre a mesma história. E ela nem tentaria intervir. Já estava cansada de discutir horas e horas com Patrícia, que ignorava todos os avis
Depois de mais dois drinks, tudo estava um pouco fora de controle. Como esperado, Lola já tinha perdido uma das amigas de vista na pista de dança. Andrea sempre era a mais ávida em encontrar um par para a noite. Não demorou muito para Lola avistá-la alguns degraus acima, agarrada a um homem alto, de pele escura e completamente careca. O tipo dela. De onde estava, e pelo jeito como se agarravam, era difícil diferenciar quem era quem — pareciam uma coisa só.Lola, por outro lado, não estava interessada nessas aventuras momentâneas. Desviou o olhar, deixando as amigas à vontade para se divertir enquanto se mantinha o mais sóbrio possível. Só queria voltar à mesa após se livrar dos caras inconvenientes que cruzavam seu caminho. Aquele não era o tipo de lugar que frequentava para conhecer alguém.— Menos uma. Quem é a próxima? — apontou para as duas amigas à sua frente, que já tinham pedido outra rodada e viravam mais duas doses com entusiasmo.Seria uma longa noite.Entre idas e vindas at
Era naquele momento que ela esquecia do mundo, ouvindo suas músicas preferidas e dançando livre, sem se importar com quem estava ao redor. Ainda mais quando se juntava à amiga, que compartilhava o mesmo sentimento, e as duas moviam-se em perfeita sincronia, como se fossem uma só. O calor abafado do ambiente as envolvia, e os rostos desconhecidos ao redor se transformavam em borrões. A cada batida da música, sentia o corpo vibrar, como se fosse parte da melodia. A pele queimava e, quanto mais tempo passava ali, mais ela se entregava àquela sensação única de liberdade. Mas quando se virou para abraçar a amiga, ainda empolgada, já desistiu.Naquele instante, apenas as costas de Patrícia e o rosto familiar que não queria ver – Mauro. Ele estava ali, mais uma vez, a abraçando e beijando como se nada tivesse acontecido. No fundo, ela sabia que era apenas questão de tempo até que os dois se encontrassem de novo e começassem a mesma história. Até que demorou para acontecer.Ellora franziu o c
— Grego? – A pergunta dele parecia genuína, fazendo Lola rir enquanto o olhava.Como sempre, alguém perguntaria de onde vinha aquele nome. E, obviamente, ela não parecia uma pessoa de ascendência grega.— Hebraico ou celta, até hoje não sei. – Ela abriu um sorriso, fazendo eco de sua resposta.O que realmente chamava mais a atenção eram os olhos dele, que alternavam entre verdes e castanhos. Com a pouca luz, era difícil identificar, mas a gentileza no olhar quando ele sorria para ela era clara. Os cantos dos olhos se apertavam um pouco ao sorrir, e ele se inclinava para ouvir melhor, respondendo-lhe com suavidade, antes de retornar à pergunta anterior.— Mas, de qualquer forma, mesmo que soubesse dançar, não danço com desconhecidos. Não assim. Valeu pela intenção. – A atenção de Lola se voltava para a garrafa recém-aberta e gelada. Estava quente demais, e a presença dele parecia intensificar o calor. Ele não desistia e, mais uma vez, chamava sua atenção.— Uma pena, adoraria umas auli