Na manhã seguinte, Luísa desceu as escadas da mansão, com o filho no colo. Ainda que o ambiente parecesse o mesmo, algo tinha mudado.
Os empregados, outrora cordiais, agora desviavam o olhar ou trocavam sussurros à sua passagem. Ela sentiu isso antes mesmo de chegar à cozinha, onde o ambiente, habitualmente acolhedor, parecia subitamente hostil.
Ao cruzar a soleira, notou o chef inclinar-se em direção à ajudante, murmurando algo ao ouvido dela. A jovem soltou um risinho contido, e o cozinheiro ergueu os olhos para a recém-chegada com evidente desdém.
— Olá, querido — A babá disse, sorrindo para Enzo.
A mulher, de feições marcadas e traços latinos, aproximou-se sem hesitar e pegou o menino que estendia os braços com familiaridade. No entanto, em momento algum se dirigiu à mãe da criança, ignorando-a como se fosse invisível.
O clima era indiferente e distante. A afeição dos últimos meses parecia ter evaporado da noite para o dia.
A governanta surgiu à sua direita, com a postura rígida,