“As memórias que mais tememos são as que mais precisamos encontrar.” — (Virginia Woolf)
Três meses. Noventa e dois dias desde que Matheo partiu, deixando apenas o cheiro de cedro e a promessa de que voltaria quando eu chamasse. Três meses também desde o último sinal de Alexandre ― como se ele tivesse se dissolvido no ar rarefeito das minhas incertezas.
Eu tinha começado a acreditar que talvez ele tivesse desistido, que nossa negociação inacabada tivesse perdido o prazo de validade. Cheguei ao ponto de planejar uma viagem à Croácia para encontrar Matheo, cansada de esperar por respostas que talvez nunca viessem.
Foi então que o símbolo a mensagem dele apareceu na tela.
Uma mensagem curta, sem rodeios: “Amanhã. Você escolhe onde.”
Olhando para a mensagem, senti meu estômago se contrair numa mistura estranha de alívio e apreensão. Parte de mim tinha desejado que ele sumisse para sempre, que deixasse meus fantasmas dormindo em paz.
Mas outra parte ― a parte que acordava às 3h07 toda madru