“Não era só o filho que ela me tomou. Foi o direito de ser mãe, de errar e consertar. De ser lembrada. De ser chamada.” — Diário de D.
🎵 Trilha sonora sugerida: “O Que Será (À Flor da Pele)” — Chico Buarque
Dayse já estava de costas, prestes a sair do salão quando Victoria a deteve, sua voz ressoando com uma suavidade que mascarava intenções mais profundas.
— Ah, minha querida, não seja tão apressada. Há coisas que você ainda não sabe...
Fez uma pausa. O ar na sala pareceu perder o oxigênio.
— Embora, sejamos francas, não há muito espaço para discussões, não é? Estou aqui com a bênção do vovô e, naturalmente, de Enzo.
Dayse parou, a mão ainda tocando a maçaneta.
Aquela voz era como perfume envenenado — doce o suficiente para atrair, tóxica o bastante para destruir. Dayse girou lentamente, a expressão dura como pedra.
Victoria fez uma breve pausa, deixando a tensão se inflar no ar, como uma bolha prestes a estourar. Em seguida, curvou-se levemente, como quem oferece uma confidência. M