“Há noites em que o corpo repousa, mas a alma grita.” — (Anônimo, fragmento rabiscado em um guardanapo de restaurante)
🎵 Trilha Sonora Sugerida: “The Night We Met” – Lord Huron
... Dayse não pregou os olhos.
Deitada na cama, os lençóis emaranhados em suas pernas pareciam tão inquietos quanto sua mente. Ela encarava o teto, como se ele guardasse algum segredo, uma resposta que teimava em não se revelar. Cada batida do coração trazia de volta a memória do toque sutil de Enzo em seu braço, um gesto que parecia tão casual, mas carregava um peso que ela não conseguia ignorar.
O olhar faminto que a despia sem pudor, consumindo-a com uma voracidade silenciosa. E aquela promessa implícita que se desfez no convite que ela, com muito esforço, recusou.
Hoje ela havia resistido — mas por um fio ― a vitória parecia amarga. E, afinal, o que significava vencer em uma batalha como aquela? Ou seria apenas uma forma de perder de maneira mais lenta e dolorosa?
A lembrança da mão dele quase tocando sua