Demoro a responder. — Não sei. — E é honesto. — Mas gosto muito. — Um sorriso me trai ao pensar no Matt de avental, no café da manhã.
— Eu não entendo — ele diz, finalmente me encarando. — Você gostar de um cara como ele.
— Eu não entendo como não o encontrei antes — rebato. E dói, de um jeito bom.
— Jeito delicado de dizer que eu fui um atraso? — ele ri, vazio.
— Eu não disse isso.
— Diz — ele insiste, ferido. — Diz que eu atrasei o seu “felizes para sempre”.
— Pra quê isso agora, Misa? — O cansaço me pega. — Eu não te entendo. Uma hora você me trata como coisa, na outra parece… preocupado. — A palavra sai com esforço. — Você me objetificou por anos. Me descartou mil vezes. E quando eu encontro alguém que me vê, você surge como se fosse o ofendido. — Não choro. Já chorei por ele o suficiente. — Você não foi um atraso. Foi um erro. Não dá pra repintar. Eu vou seguir.
— Um erro — ele repete, rindo com gosto amargo. — Finalmente sincera.
— Nosso erro sempre foi fingir que aquilo era suf