— Socorro! — gritei, batendo na porta com toda a força que tinha. — Esse desgraçado me trancou aqui dentro!
Minha voz saiu trêmula, mas me recusei a deixar uma lágrima cair. Eu não daria esse gosto a ele.
— Sério, Misa… eu esperava bem mais de você.
Ele fingiu não ouvir. O olhar perdido, quase em transe, como se nada importasse além de me possuir ali, à força. Sua mão apertava meu braço com tanta violência que eu sabia que roxos iriam surgir logo.
— Abre logo, Misa!
A batida na porta veio ainda mais forte, como se fosse despencar a qualquer momento.
— Inferno! — ele resmungou. — Podia, ao menos, ter pago uma pra mim.
— Quem é você? — perguntei, encarando-o. — Eu não te reconheço. Você não é assim…
Ele soltou uma risada curta, pegou a garrafa de vodka quase vazia sobre a mesinha e bebeu em goles longos.
— Meu lado alcoolizado é… diferente. — Sorriu de canto, dentes alinhados à mostra.
— Abre essa porta, agora! — exclamei, puxando a saia para cima, tentando recuperar o mínimo de dignida