Saí do JFK com o vento cortando a cara. Tênis leve, jaqueta fina demais para um fim de outono em Nova York. Baixei a cabeça, cruzei o estacionamento do terminal e entrei no meu carro — o mesmo que eu tinha deixado ali quando embarquei para os Emirados, despitei July para ela não vir comigo. Motor ligado, aquecimento no máximo. Nenhuma escala, nenhuma bagagem, nenhum plano além do essencial: chegar nela antes que alguém chegue primeiro.
O relógio do painel marcava quase oito da noite. O feed do chá de bebê ainda piscava na minha cabeça — o painel “Liam & Rebecah”, o Matt beijando a barriga, a casa dos pais da Margo ao fundo. Dirigi até lá por reflexo, pelas artérias da cidade que eu conheço de olhos fechados. Quando dobrei a esquina, vi um sedã preto apagado do outro lado da rua. Farol fosco, vidro fumê. Fred estava de campana. Pelo menos uma peça do tabuleiro já estava onde eu precisava.
O portão do jardim estava entreaberto. Enfiei o carro na entrada, saí sem tirar a chave, apertei a