— Vários. — minto pela metade, e me levanto devagar. Bono me acompanha, fofoqueiro.
O quarto de hóspedes, reformado às pressas, está impecável demais. Me incomoda. Abro a gaveta da mesa de cabeceira e, debaixo de um caderno, está o colar de bailarina que comprei na Macy’s. Tiro da caixa. A correntinha dourada se desenrola com um som de coisa leve. Penso na Clary, na carinha que ela fez quando chamou o Matt de “titio rei”. Fecho os dedos em torno do pingente. Quero vê-la. Preciso vê-la.
— Filha? — minha mãe bate de leve na porta e entra com um cuidado que não é dela. — Posso?
— Pode.
Ela se senta na ponta da cama, como fazia quando eu tinha medo dos trovões. Seus dedos, sempre frios, repousam um segundo sobre a minha barriga — reta, quase, mas já sem a linha invisível da antigamente. Engulo o velho reflexo de afastar.
— Sei que não é o que você queria — admite. — Nem estar aqui, nem… essa casa virando enfermaria, nem eu dando ordem em médico, nem seu pai contratando meio Manhattan pra