O silêncio da sala era sufocante, como se o ar tivesse ficado pesado demais para ser respirado. O olhar apreensivo de seu pai não ajudava. Aylla sentia o peito apertar, as mãos trêmulas e a respiração entrecortada.
— O que você disse é real? — Sua voz saiu quase em um sussurro, como se temesse a resposta.
O homem desviou o olhar, os ombros curvados sob um peso que parecia insuportável. Sentou-se no sofá, e naquele instante Aylla percebeu que ele parecia ter envelhecido dez anos em apenas alguns minutos. O rosto marcado pela tensão, as olheiras profundas e o brilho triste nos olhos a fizeram tremer.
— Filha, eu... — Ele gaguejou, tentando encontrar palavras que simplesmente não vinham.
— Fale, pai! — Ela explodiu, a raiva mesclada ao medo transbordando. — Não minta mais para mim. Minha vida é uma merda, eu estou realmente no fundo do poço. Então, por favor, não minta mais para mim!
Ele esfregou o rosto com as mãos, como se quisesse arrancar a verdade de si mesmo, e os dedos se perderam