41 — Desejos Impuros

Verônica ficou paralisada; parecia que até o ar tinha faltado naquele cômodo. Ela gaguejou:

— Ayron… eu me perdi.

Ele riu.

— Se perdeu? Aqui é um quarto trancado, e não quero a presença de ninguém sujando aqui.

Ela sentiu como se tivesse recebido uma bofetada. Sujar? Ele queria dizer que ela estava sujando o santuário que ele fez para aquela mulher. Ayron olhava as fotos, e Verônica começou a andar para sair. Ele a segurou pelo braço.

— Mas me fala uma coisa, Verônica: por que você veio aqui realmente? Você pretende fazer algo com as fotos?

— Não, eu não ia fazer nada, eu juro.

— Jura? Eu não esqueci dos hematomas que você fez na Aylla. Eu te trouxe aqui era para ajudá-la, mas você, como sempre, fez coisas pelas minhas costas. Você acha que, somente porque eu te conheço desde criança, isso te dá o direito de se intrometer?

— Ayron, eu não quis machucar ela…

Ele apertou o braço de Verônica.

— Que seja, Verônica. Faça o seu serviço e pare de entrar em lugares onde você não é solicitada.
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