Dormimos apenas algumas horas. O céu ainda guardava os últimos tons azulados da noite quando madrugamos para não perder o voo. Lá fora, o som das ondas batendo nas rochas era quase hipnótico, como se o mar se despedisse de nós.
Enquanto Clara se arrumava, com os olhos ainda sonolentos e o rosto iluminado pela luz suave do amanhecer, enviei uma mensagem para Alerrandro pedindo que, assim que acordasse, providenciasse as passagens de volta de James e Rafaela para Nova York. Logo em seguida, escrevi para Wagner, solicitando que organizasse com os motoristas o retorno da família de Clara ao sítio — queríamos garantir que tudo estivesse resolvido antes de partirmos.
Peguei as malas e, antes de descermos, Clara foi até o quarto de hóspedes onde seus pais dormiam. Ficou alguns minutos ali, ajoelhada ao lado da cama, pedindo a bênção e se despedindo com a voz embargada. O gesto, simples e profundo, me fez amá-la ainda mais.
Quando chegamos à sala, minha mãe já estava acordada. Sentada no sofá