Entrei junto a Clara e peguei o envelope com cuidado.
O quarto estava iluminado apenas pelas luzes suaves das velas, o perfume das pétalas de rosas se misturando ao ar.
Ao abrir o envelope, encontrei duas passagens.
Ilhas Seychelles.
E, junto delas, um bilhete escrito com a caligrafia delicada da minha mãe:
“Espero que gostem do destino que escolhemos. Com carinho, de seus pais.”
Sorri, surpreso e emocionado. Era exatamente o tipo de gesto que ela faria — elegante, simbólico, cheio de afeto.
As passagens estavam marcadas para a manhã seguinte.
Coloquei o envelope sobre o criado-mudo e me voltei para Clara.
Ela me olhava em silêncio, com aquele brilho nos olhos que dizia tudo o que as palavras não precisavam dizer.
Aproximei-me e a envolvi em meus braços, sentindo o corpo dela tremer levemente contra o meu.
Beijei-lhe o rosto, o pescoço, o ombro… e a cada toque, o amor que nos unia parecia ganhar forma.
Com gestos lentos, ajudei-a a se livrar do peso do vestido — não por pressa, mas co