Acordei com os primeiros raios de sol atravessando as cortinas e inundando o quarto com uma luz dourada. A brisa que vinha da sacada trazia o perfume das flores do jardim e o som distante dos cavalos no estábulo. Por um instante, permaneci ali, apreciando o silêncio do amanhecer — um luxo raro para alguém acostumado ao ritmo frenético dos desfiles e reuniões da Maison Bianchi, minha rede internacional de lojas de alta-costura.
Desci as escadas e encontrei Hélène já preparando a mesa do café. O aroma do café fresco misturava-se ao de croissants quentes, frutas e geleias artesanais. Cumprimentei-a com um leve sorriso e segui para o pequeno escritório da propriedade, onde costumo resolver pendências quando estou fora de Paris.
Sentei-me diante do computador e comecei a responder e-mails — relatórios de coleções, contratos de novos estilistas e convites para eventos em Milão e Nova York. O trabalho nunca parava, mesmo ali, cercado pela calmaria do campo.
O celular vibrou sobre a mesa. O n