Depois do almoço, Matteo decidiu levar Isabella para tomar sorvete.
— A gente pode passar na sorveteria da esquina, Isabella. Aquele sorvete de morango com cobertura, lembra? — ele disse, já abrindo a porta do carro para ela como se fosse um cavalheiro da máfia. E era.
— Siiiim! — ela gritou, empolgada, pulando no banco de trás.
Eu fiquei em silêncio. Sentei ao lado dele, observando pelo retrovisor a menininha sorridente, tagarelando sem parar.
E vi Matteo sorrindo de volta.
Sorrindo de verdade.
Com aquele sorriso raro, que nem para mim ele soltava com frequência. Aquela porra de sorriso que fazia o coração doer e o sangue ferver. Não era só o fato dele ser gentil com ela, era o fato dele ser diferente com ela. Um Matteo mais leve, mais disponível, mais... doce.
Comigo ele era tempestade. Com ela, sol de primavera.
E por mais que Isabella fosse uma criança, e eu amasse aquela menina como se fosse minha, algo dentro de mim se revirava.
Ciúmes. Um sentimento baixo, mesquinho, m