Nicolas Montenegro, o temido mafioso italiano, encontra-se à beira da morte, mas tem sua vida inesperadamente salva por Amy Carter, uma jovem muda de pureza cativante. Consumido por uma obsessão avassaladora, Nicolas está disposto a desafiar sua família e a própria máfia para possuir Amy, arriscando tudo em nome de um desejo que não pode ser contido. Sua jornada é um perigoso jogo de poder e paixão que pode custar-lhe a vida. À medida que Nicolas se embrenha mais fundo em seu fascínio por Amy, ele começa a questionar os princípios brutais que sempre regeram sua vida. Amy, por sua vez, vê além do homem implacável, tocando o coração de alguém que ninguém acreditava ter humanidade. Entre conflitos familiares e guerras de poder, a conexão entre eles floresce em um amor proibido que promete mudar o destino da máfia e desafiar a ordem estabelecida. Mas será que o amor será suficiente para protegê-los dos perigos que espreitam em cada sombra?
Ler maisA fumaça esbranquiçada do meu Narguilé, preenche o meu quarto, enquanto observo com deleite as chamas dançando insinuantes e sedutoras, elas parecem me chamar para dançar uma dança perigosa, letal. Passo alguns minutos dominado pelo leve torpor e na minha mente conturbada, lembranças difusas do passado. Recordo de coisas das quais gostaria de esquecer, a imagem vívida e detestável de Alicia, presente neste momento.
Ela era a mulher que infelizmente me trouxe ao mundo, apenas isto porque a mesma nunca desempenhou papel de mãe ela uma viciada em drogas e se prostituir para pagar seu vício, ela me odiava e fazia questão de demonstrar isto diariamente me queimando com o seu cigarro. O cheiro forte de maconha me causando náuseas, me afogando diversas vezes na banheira durante o banho, também me lembro de um dos seus inúmeros amantes me espancando no meu quarto, enquanto ela transava com outro no quarto ao lado. Só aos sete anos que me livrei desse inferno, quando o conselho tutelar me tirou do monstro que tinha como mãe e me colocou num orfanato onde fui adotado por uma família importante que dominava o submundo do crime. Com a morte do meu pai adotivo, me tornei o chefão da máfia mais perigosa do país. Isso para desgosto do meu irmão Victor, que não aceitava que o seu pai tivesse nomeado como seu sucessor o filho adotivo, excluindo ele que era filho legítimo. Me levanto da cama saindo depressa do quarto como se assim aquelas vozes e aquelas lembranças dolorosas fossem parar e me deixar em paz um segundo peguei minha Kawasaki ninja e saí correndo em disparada sem destino, sem rumo e sem nem mesmo me preocupar em levar um segurança comigo, o vento gelado no meu rosto e a adrenalina que corria por minhas veias, me lembrando que estou vivo. Havia momentos em que me esquecia desse simples fato. Estaciono em frente a uma boate noturna entrando na mesma que estava lotada, as luzes fascinantes e o cheiro familiar de álcool e mulher me deixando animado, me sento próximo ao balcão bebendo uma dose atrás de outra de whisky, volto a atenção para o palco. Quando o dono do local anuncia a bailarina da noite, os homens empoleiram em volta do palco como cachorro em frente à um açougue, levantando me junto a eles para ver o motivo de tanto alvoroço-me surpreendo com a bailarina que era uma mulher pequena e delicada como uma boneca, os lábios era um botão de flor. Os olhos azuis como o céu numa manhã calma de verão, uma profusão de cachos dourados caia em meio às suas costas, notei que as roupas curtas e sensuais não combinavam com ela parecia uma fantasia desproporcional. Ela se movia sensualmente no palco, os homens uivaram quando ela deslizou pelo poste de pole dance ficando dependurada de cabeça para baixo parecia uma deusa neste instante nossos olhares se encontraram e pela primeira vez na vida senti meu coração bater mais rápido. Quando ela abandonou o palco minutos depois os homens uivaram chamando a mesma de volta, mas a mesma desapareceu sem olhar para trás por uma porta, os homens desanimados se dispersaram eu me aproximando do balcão pedi mais uma bebida e enquanto bebia uma mulher se aproximou sentando do meu lado. - Olá? - Oi! Percorri a mulher por inteiro, era muito atraente porém, minha mente estava em uma outra pessoa. - Sozinho? - É o que parece, hahah! - Aceita companhia? - Não! E se fosse querer uma companhia, não seria você! - Idiota! Dito isso, ela saiu pisando duro nos seus saltos altos, visivelmente irritada com a rejeição. Acabei não evitando uma risadinha zombeteira, pedi outra tequila absorvendo de uma vez, paguei e então me dirigi para fora da boate para poder fumar um cigarro, mimutos depois estava encostado numa parede num beco sujo fumando tranquilamente. Ao contrário do interior da boate que estava lotado, aqui fora estava deserto, era nítido que aqui era um lugar perigoso, mas eu não ligava sempre tive um fascínio por perigo e morte, por isso frequentava lugares como este. Terminei meu cigarro e caminhei pelo dito beco para retornar para boate. - Nicolas Montenegro? A voz firme partiu de um homem alto e encapuzado, a uma pequena distância de mim. Ele tinha nas mãos uma pistola, o que deixava claro sua intenção e apesar de saber que não tinha a menor chance, ainda tentei pegar a minha arma na cintura, porém, antes que eu alcançasse a mesma, ouvi o silvo de bala e um líquido quente escorrer por minha pele. Coloquei a mão no abdômen e quando ergui a mesma, estava empapada de sangue, o meu sangue vermelho vivo. Vacilei um passo, caindo de bruços no chão sujo. Sabia que ele terminaria de me matar, então prendi a respiração me fingindo de morto. Sentir a mão dele no meu pescoço checando minha respiração e então logo em seguida ele desferiu vários chutes nas minhas costelas. Não me movo e nem solto qualquer ruído, apesar da dor que sentia. Convencido que eu estava morto, o homem liga para alguém dizendo: - Está feito chefe! Nicolas Montenegro está morto! Me mantive imóvel enquanto ouvia os passos se afastando pelo beco e quando tive certeza de que o homem havia ido embora, me arrastei pelo beco deixando um rastro de sangue, me sentei encostado na parede… eu estava fraco e sentia-me zonzo devido à quantidade de sangue perdida. Sabia que a inconsciência não tardaria a chegar e provavelmente a morte. Quando imaginei como ia morrer, não pensei que seria sozinho como um cachorro de rua num beco sujo, respirei fundo, minha boca seca só queria um gole de água, não queria morrer com sede. Ouço passos vindo em minha direção, pensei que fosse aquele homem que estivesse voltando para verificar outra vez se de fato eu havia morrido, porém, para minha surpresa era a jovem bailarina da boate. Ao me ver ali sentado e sangrando, ela arregalou os olhos cobrindo a boca com a mão. - Me ajude, me ajude! - peço-lhe. Tal esforço me fez cuspir sangue, a jovem olha assustada em todas as direções e então começa a afastar depressa, obviamente ela não queria ser pega com um homem baleado à beira da morte. Não a culpo, compreendia sua reação, pois qualquer pessoa no lugar dela faria a mesma coisa. Fechei os olhos, resignados com o meu triste destino, abrindo-os minutos depois, quando senti um toque macio e morno no rosto. A jovem bailarina havia voltado e se ajoelhado ao meu lado segurando meu rosto entre as mãos, a jovem nada dizia, apenas me olhava fixamente. Ela tremia bastante, podia sentir seu medo no ar. - Me ajude!Fiquei apenas alguns dias internado, recebendo a visita de Amy ,minha esposa. Ela estava preocupada, mas a alegria de me ver vivo era palpável – uma grande dádiva. Não apenas eu estava vivo, mas Richard também. Eu havia cumprido minha promessa de protegê-lo e, no fim, ele havia se salvado e me salvado também, mostrando que não era mais apenas uma criança dependente, mas um homem.O clima em casa era de paz. Fui recebido com flores, alegria e uma sensação reconfortante de união familiar. Richard e Ângela eram inseparáveis; ela estava no quinto mês de gravidez, radiante, e ele, ansioso para ser pai. Chloe e Aníbal haviam feito as pazes com Richard, e estavam animados com a chegada do primeiro neto. Tudo estava bem, nossa família unida e feliz – exatamente o que eu sempre quis.Almoçamos no jardim, um almoço especial. Foi durante esse almoço que contei a Amy minha decisão, uma decisão que ela não recebeu bem. Eu havia decidido me entregar à polícia. Queria ser um homem novo, livre
A guerra começou. Nos encontramos em um local abandonado nos arredores da cidade, um antigo cemitério clandestino da máfia. Nikolai chegou com um grande número de homens, assim como eu. Ficamos frente a frente, a quinhentos metros de distância. Nikolai apontou para Richard, que estava ao meu lado, gritando para todos ouvirem: "No final dessa guerra, quero a cabeça desse loiro! O mundo será meu!" E o ataque começou.Foi um confronto brutal, corpo a corpo, tiros por todos os lados. Eu me mantinha protegido pela massa de meus homens, mas meu foco era único: Richard. Ele lutava ao meu lado e ao lado de Aníbal. Minha prioridade era protegê-lo, garantir sua segurança. Eu havia dito a todos, no início: "A missão não é me proteger, é proteger meu filho. Eu morro antes dele. Ele vai ser pai, e tem que sair vivo daqui." Aquela era minha determinação, minha promessa. Eu faria tudo por ele, assim como um dia ele faria por seu próprio filho.Richard, apesar da inexperiência em confront
O clima pesado da reunião na cosa Nostra ainda ecoava na minha cabeça, um peso insuportável no peito. A guerra com a bravta era inevitável. Richard, meu filho, estava em jogo, tudo por causa do seu envolvimento dele com Ângela. Nikolai queria sua cabeça em uma bandeja de prata .Aquele acordo, ou melhor, a falta de acordo, me assombrava. Não havia escapatória. A negociação foi uma farsa, uma última, desesperada tentativa de evitar o inevitável.__"Nicolas, o que aconteceu?" Amy perguntou, a voz carregada de preocupação. Ângela andava de um lado para o outro, os olhos cheios de lágrimas.__"Foi uma reunião... difícil," respondi, suspirando. "Com a Cosa Nostra. Para... selar uma aliança. Contra a bravta."___ Não tem como evitar essa guerra? ___"O envolvimento de Richard... com a noiva de Nikolai," expliquei, a voz rouca. "Foi um erro terrível. Ele quer a cabeça de nosso filho.Amy ficou pálida e começou a falar .___ Temos que tirar Richard daqui, mandar-lo para o mais longe pos
Fitei firme Richard, meu filho. Ele estava abatido, a sombra dos últimos dias cravada em seu rosto. O peso da situação era palpável, pairando entre nós como uma névoa tóxica. “Sente-se, filho”, pedi, minha voz mais suave do que eu pretendia. Ele obedeceu, as mãos grandes e calejadas repousando pesadamente sobre os joelhos. ___“Então, filho, o que queria?” A pergunta saiu rouca, carregada de uma apreensão que eu tentava esconder. __“Primeiramente, me desculpar, pai. Sei que sou o culpado por toda essa desgraça.” A confissão saiu em um sussurro, quase inaudível. __“Se culpar não vai mudar nada, Richard. Temos que procurar consertar o estrago.” A verdade era que uma parte de mim já havia se conformado com a possibilidade de não haver conserto. _“E se não tiver mais jeito, pai?” A pergunta, carregada de desespero, me atingiu como um soco no estômago. __“Para tudo tem jeito, filho. Acredite.” Minhas palavras soaram mais como um mantra para mim mesmo do que uma promessa a ele. Ri
O ar estava denso, pesado como um cobertor molhado. O silêncio na mansão era ensurdecedor, quebrado apenas pelo tique-taque incessante do relógio na sala de jantar – um relógio que parecia zombar da nossa imobilidade, cada segundo uma eternidade. Eu podia sentir o cheiro de medo, impregnado nas paredes, misturado com o aroma enjoativo de flores murchas que adornavam os vasos. A mansão, antes um símbolo de opulência, agora era uma prisão dourada.Anibal e Chloe estavam trancados em seus quartos, duas ilhas de silêncio em meio ao turbilhão de angústia. Eles não falavam, apenas observavam, esperando. Esperando o quê? Eu também não sabia. Talvez a morte. Talvez a salvação.Angela, chorava baixinho, soluços abafados que rasgavam o silêncio. Meu filho, Richard, tentava acalmá-la, repetindo frases vazias, sem sentido, como um mantra desesperado: __"Vai ficar tudo bem, Angela. Vai ficar tudo bem." Mas eu sabia que não estava bem. Nada estava bem.Encontrei Nicolas em seu escritório, falando
Com isso, Chloe se virou e saiu da sala, as portas se fechando com um estrondo que ressoou como um eco de sua dor. O que antes era uma discussão já tensa agora se tornara uma cena de desespero e traição. Angela desabou em prantos, as lágrimas escorrendo pelo rosto, a dor e a culpa tomando conta dela. Eu me aproximei, tentando confortá-la, mas me sentia impotente diante da situação. O que havia começado como um amor proibido agora se transformara em uma tempestade de emoções, atingindo todos ao nosso redor. — Angela, eu sinto muito — eu disse, tentando segurar suas mãos, mas ela se afastou, perdida em sua dor. — Isso não era o que eu queria. __Ninguém esperava que as coisas chegassem a esse ponto. — Eu não queria causar isso — ela respondeu, a voz entrecortada pelas lágrimas. — Eu só queria ser feliz. O peso da culpa a consumia, e eu sabia que as palavras de Chloe haviam atingido um ponto sensível. A raiva e a frustração não eram apenas direcionadas a mim, mas a todos nós. Era
Último capítulo