O táxi aguardava do outro lado da rua, mas eu não conseguia me mover. Meus olhos estavam fixos na pequena casa de paredes descascadas e janelas estreitas, que por tanto tempo foi meu refúgio e, ao mesmo tempo, minha prisão. O relógio no pulso marcava o tempo passando, cada segundo me lembrando que minha vida estava prestes a mudar para sempre.
Escolhi aquele horário de propósito. Sabia que ele não estaria ali. Sabia que, por algumas horas, aquela casa seria apenas minha e dela — minha mãe.
Respirei fundo, tentando reunir coragem, e atravessei a rua com passos vacilantes. Cada centímetro que eu me aproximava fazia meu coração bater mais rápido. Quando cheguei à porta, hesitei. Levantei a mão para bater, mas ela já estava entreaberta.
— Mãe? — chamei com a voz baixa, quase um sussurro.
Ouvi passos suaves e, em seguida, a figura frágil da minha mãe surgiu no corredor. Seus olhos se arregalaram ao me ver, e um sorriso triste se formou em seus lábios.
— Isa… você veio.
— Vim me desped