A luz filtrava suavemente pelas frestas da cortina quando abri os olhos. A primeira sensação foi de calor — não o calor do sol, mas o calor do corpo ao meu lado. A respiração calma e profunda de Miguel preenchia o espaço silencioso entre nós. Meu rosto estava encostado em seu peito, e seus braços ainda me envolviam como se temessem me perder durante a noite.
Sorri sem querer.
Não era um sonho. Eu realmente estava ali. Com ele. Na cama dele.
A noite anterior parecia um filme que eu queria rever em câmera lenta. Desde o restaurante, o toque das mãos, os olhares que duraram mais que o esperado… até o beijo. Até a entrega. A forma como ele me olhou — como se me enxergasse por inteiro. Como se quisesse guardar cada pedaço meu.
Passei a ponta dos dedos pela pele do seu braço, sentindo os pelos finos se arrepiarem com o contato. Ele se mexeu devagar, murmurando algo que não entendi. E então abriu os olhos, ainda sonolento.
— Bom dia — disse ele, com a voz rouca e baixa, linda.
— Bom dia. — r