Ainda havia um peso em meu corpo, como se cada músculo pedisse descanso. Mas não era dor — era algo diferente, uma estranha mistura de medo e esperança que eu não conseguia nomear.
Isa e Miguel insistiram para que eu descansasse, mas antes de saírem para o almoço, me colocaram algo nos braços. Não era apenas algo. Era alguém. Uma vida pequena, delicada, frágil… e ao mesmo tempo imensamente forte.
Serena.
O nome ecoou em minha mente como se já estivesse gravado em meu coração. Eu a segurei com cuidado, sentindo o peso suave do seu corpinho adormecido contra meu peito. O calor dela se espalhava por mim como se fosse o remédio mais poderoso já criado. Sua respiração era calma, ritmada, e de vez em quando ela fazia aquele barulhinho quase imperceptível de bebê, como se sonhasse.
Meu coração, que até então parecia um deserto, começou a florescer. Não era só ternura. Era um reconhecimento. Como se parte de mim já conhecesse esse instante, mesmo que minha mente me traísse.
Encostei o rosto d