O sol começava a aquecer os muros brancos de Sevilha quando deixei minha filha nos braços do meu pai, sentindo o coração apertar como se uma parte de mim estivesse ficando ali, envolta naquele pequeno corpinho quentinho e adormecido.
Serena suspirava baixo, com o rostinho virado para o peito do avô, e Isa — sempre atenta — ajeitava a mantinha sobre as perninhas dela com aquele cuidado que só alguém que ama pode ter. Eu me demorei mais um pouco na porta antes de sair, como se algo me dissesse que esse dia não seria como os outros.
— Tem certeza que não quer que eu a leve até a cafeteria na hora do almoço? — Isa perguntou com doçura.
— Tenho. Vocês estão fazendo um trabalho maravilhoso com ela. — sorri, acariciando a bochecha da minha filha pela última vez antes de sair.
Meu pai beijou minha testa e apertou meu ombro. Ele não dizia muito, mas sempre fez isso desde que decidi voltar da Inglaterra. Seu silêncio era como um abrigo. Quando contei sobre a gravidez, sobre tudo o que havia aco