O silêncio do apartamento me abraça assim que fecho a porta atrás de mim. Apoio a testa na madeira fria por um instante, tentando organizar o turbilhão dentro de mim. Meu coração ainda está acelerado, mas não sei dizer se é pela lembrança dos beijos de Noah, da forma como ele sussurrava meu nome… ou pelo peso das palavras do pai dele, que mesmo indiretas, ecoaram nos olhos dele quando o mordomo bateu à porta naquela manhã.
Respiro fundo e me endireito, deixando a bolsa no aparador. Cada passo até o quarto parece mais lento, como se a noite anterior tivesse me sugado todas as energias. Ao passar pelo espelho, meus olhos captam o rastro da maquiagem borrada, os cabelos presos em um coque frouxo, e a seda amassada do vestido que, algumas horas atrás, fez Noah me olhar como se eu fosse a única pessoa naquele salão.
Não quero pensar nisso agora.
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