Ingrid Danielle…
Minha mãe andava atrás de mim enquanto eu fazia minha mala e a do Valentim. Se existia alguém que eu jamais desejaria magoar, era dona Irani. Mas eu também não podia aceitar, por toda a vida, que Eva continuasse me prejudicando.
Quando descobri que estava grávida, lembro-me de tentar falar com Júlio antes que meus pais soubessem. Eva e eu dividíamos o quarto; ela leu uma pasta no meu computador — que eu usava como diário — e não perdeu tempo em me envenenar para o meu pai. O resultado foi a minha expulsão de casa.
— Filha, não faz isso… Como Valentim vai fazer quando estiver no trabalho e na escola?
Eu fechava a mala preta — a maior. Valentim tinha muito mais coisas que eu. Terminado de guardar as dele, começaria as minhas.
— Valentim já está bem grandinho, e por enquanto está de férias. Depois verei o que farei — respondi, tentando manter a calma.
Tentando me convencer a não ir, ela apela para meu emocional:
— E eu? Como vou ficar sem vocês?
— Pode vir conosco, mãe.