Coloquei o carro em movimento rapidamente, queria me ver longe daquela casa, longe das pessoas daquele lugar, e principalmente longe de Kaian. Não sabia quanto mais meu coração aguentaria, quantas punhaladas mais eu suportaria até enlouquecer ou desistir da promessa que fiz ao meu pai.
Ser negligenciada, tratada como uma praga, desprezada e machucada, por ele e por sua alcatéia não era o suficiente, ele tinha que esquecer o dia do nosso casamento, mostrando como realmente via a nossa relação, como nada. Eu nunca viria em primeiro lugar na vida de Kaian, nem sequer por um dia, eu já tinha me conformado com esse fato meses atrás, mas agora vi que na verdade eu não era ninguém na vida dele. Porque ele se daria ao trabalho de se importar com uma ninguém?
Nem mesmo salvar a vida dele e ir um fim em sua agonia valeu de alguma coisa, todos me odiavam e desconfiavam de mim. E o que mais doía era ver Kaian ficar quieto, de novo e de novo, sem me defender, me proteger como prometeu ao meu pai.