Com a resposta da Leticia, todos saíram. Lá fora, Marcos abriu a porta para elas e pediu que Alicia fosse na frente. Como as duas já imaginavam que ela iria na frente, se enfiaram atrás, sorrindo e se divertindo com a timidez da Alicia. Elas queriam muito que os dois ficassem, ele era lindo e combinava muito com ela. Logo chegaram à balada, um prédio no meio do centro onde se localizava uma movimentação boa para o negócio. Dava para ver que era uma balada de alto escalão, tinha muitos fotógrafos e isso deixou a Alicia um pouco nervosa. Ela estava ali escondida dos seus pais, e se uma foto dela fosse parar na internet... Marcos percebeu que algo a incomodava e perguntou: — Algo a incomoda, Alicia? — Ela é bem discreta, Marcos, não gosta de aparecer em público e aqui tem muitos fotógrafos e paparazzi — Fernanda falou, sacando que se elas saíssem nas fotos, a Alicia estaria ferrada. — Não quero que tirem fotos minhas — ela falou, olhando a multidão que tentava entrar na balada. Marcos a olhou e sorriu, pegando o seu celular e fazendo uma ligação. — Deixe comigo, senhorita — falou, tirando o seu sobretudo e entregando a ela. — Coloque-o, isso vai ajudá-la a não chamar a atenção — logo que falou, ela pegou e colocou. As meninas estavam vendo como ele tratava a Alicia e não deixaram de sentir um pouco de inveja, como ele era charmoso e cavaleiro. Ele saiu do carro e logo vários seguranças vieram, fazendo uma barreira para ninguém conseguir se aproximar. Ele foi até ela e abriu a porta, dando a mão para ajudá-la a descer. Isso fez com que ela se sentisse mais nervosa do que já estava, mas acabou aceitando, segurando na mão dele. Todos tentavam saber de quem era o lindo homem com a mulher ao seu lado. A única coisa que conseguiam observar era uma mulher com um homem caminhando para a entrada VIP, e atrás deles seguiam duas garotas lindas. Todos imaginavam que, para ele entrar pela porta VIP, só poderia se tratar do filho do grupo Trenet, uma família rica e poderosa. A Alicia sentiu a mão dele em sua cintura, isso a deixava desconcentrada, mas estava se sentindo aliviada em saber que ninguém a reconheceria. Ele a conduziu com um lindo sorriso, adentrando ao salão. O lugar era magnífico, com muitos jogos de luzes e fumaça, vários barzinhos com bebidas, uma decoração de luxo bem requintada. Estava sendo uma experiência única, já que nunca esteve em lugares assim antes. Os olhos dela percorriam cada canto do espaço, relevante às pessoas bem-vestidas com seus drinks, conversando e alegres. Todos olhavam para a ala VIP, onde o filho do senhor Trenet entrou com uma linda menina. Ela estava com seu sobretudo e eles pareciam muito íntimos. Todos perguntavam quem seria essa garota e como ela era sortuda. "Olha o Trenet, nossa que gato", "Quem é essa menina?", "Que raiva dessa menina", "Aquelas duas não são a Leticia e a Fernanda?" Um grupo de garotas olhou para as duas, reconhecendo-as, já que estudavam também na mesma faculdade. "Elas devem conhecer a menina que está com ele. Vamos perguntar depois", uma das garotas falou, e as outras concordaram, curiosas para saber quem era a garota misteriosa ao lado dele. Ninguém nunca ouviu falar que ele tinha namorada. Marcos as levou para uma parte VIP, onde tinha vários sofás e elas poderiam ficar ali sem ser incomodadas, já que os seguranças impediam a entrada. Enquanto ao canto da boate estava o Taylor com seus amigos. Quando ele viu o Marcos entrando, ele no mesmo momento reconheceu quem estava ao seu lado. Isso o deixou com muita raiva. Ele não entendia o que ela tinha vindo fazer em um ambiente como aquele, como seus pais a deixaram vir para lá e ainda mais acompanhada. Ele percebeu que só ele tinha a reconhecido, já que os seus amigos continuaram bebendo e conversando com as garotas. Mas seu olhar não perdia de vista a Alicia. — Taylor, o que tanto olha para lá? — a Cristina perguntou, brava, tentando saber por que ele não tirava os olhos daquele lugar. Ele escutou a voz irritante da Cristina, sua voz nunca o irritou tanto como naquele exato momento. — Não estou olhando nada! — ele falou frio, ignorando-a e voltando a conversar com os meninos. Mas seus olhos em nenhum momento conseguiam desviar de onde a Alicia estava. Sua vontade era de ir lá e a carregar à força e levá-la para casa. Ela tinha conseguido estragar a sua noite, pensava bravo por não saber o que deveria estar acontecendo lá dentro onde ela estava com o Marcos. — Que cara é essa? — o Otávio falou, olhando o Taylor com a cara fechada e rejeitando tudo. — Não foi nada, vamos curtir — falou, indo até o balcão e pedindo outro drink. A música tocava agradavelmente enquanto várias pessoas dançavam e bebiam. De onde a Alicia estava, dava para ver quase tudo. O Marcos teve que ir cumprimentar algumas pessoas e ela preferiu ficar ali com as suas amigas. — Alicia, vamos dar uma volta pela balada? — a Leticia falou, empolgada para encontrar algum gatinho com a Fernanda. Só a Alicia que tinha se dado bem, elas também queriam sair com alguém. — Leticia, vocês vão me deixar sozinha aqui? Quero ir com vocês? — ela quase implorou para elas a levar também, mas as duas balançaram a cabeça com um sorriso malicioso e saíram, deixando-a lá sozinha. Ela tirou o sobretudo do Marcos e ficou olhando de lá, procurando alguém, mas ela não sabia quem ela queria encontrar. O Marcos voltou, olhando com desejo, ela estava linda com aquele vestido preto, suas curvas perfeitas que chamavam a atenção dos olhos dele. Quando ele percebeu que ela estava nervosa, se aproximou, olhando com carinho. Sua mão foi até o seu rosto delicado, tirando alguns fios de cabelos e colocando atrás da orelha dela. — Não tenha medo, prometo que não vou fazer nada que não queira — ele falou, sendo sincero. Sabia que ela era uma menina diferente e por isso estava interessado nela, desde o primeiro dia que olhou para ela, ele se sentiu atraído. Ela olhou para ele, surpresa pelo contato dos seus dedos em sua pele, mas aquilo foi tão carinhoso que ela sorriu, agradecendo por ele compreender que ela ainda não estava pronta para ficar com ninguém. — Muito lindo aqui, espero que vocês tenham muito sucesso com esse lugar — ela falou, olhando para as pessoas que dançavam a música eletrônica que havia começado a tocar. Ele só sorriu, feliz por ela estar ao seu lado, estava adorando conhecer mais ela e cada vez gostava mais dela. Na multidão, um par de olhos frios olhava para duas pessoas no camarote. Os olhos do Taylor eram de matador, ele queria subir lá e quebrar a cara do Marcos. Quando viu os dois se olhando, ele se sentiu com mais raiva e jogou o seu copo no chão, chamando a atenção para si. Quando o copo de vidro se espatifou no chão, todos ao seu redor gritaram assustados. Ele, para se explicar, olhou para a Cristina e falou: — Você é burra! Garota! Como pode derrubar o meu drink? — ele falou bravo, saindo e deixando seus amigos preocupados. Eles nunca viram ele assim. O Taylor foi até o local onde a Alicia estava, mas havia muitos seguranças. Ele ficou com mais raiva ainda, como eles ousavam impedir ele de subir? Eles não sabiam quem ele era? Sua raiva o consumia. Foi quando a Leticia viu o Taylor brigando com uns dos seguranças e resolveu ir até ele para saber o que estava acontecendo. — Taylor, o que faz aqui? — ela perguntou surpresa. Ele a olhou com nojo, sua raiva só aumentou. Ele tinha certeza de que foi ela que trouxe a Alicia para aquele lugar e ainda a deixou sozinha com aquele idiota. — Chame agora a Alicia, preciso falar com ela! — ele disse seco e frio. — Por que deveria chamá-la? Ela está se divertindo — Leticia respondeu. — Se você não a chamar agora, juro que ligo agora mesmo para os pais dela — A ameaça do Taylor a deixou nervosa. Será que ele sabia que ela tinha ido escondida dos seus pais? Droga, ela pensou nervosa. — Tudo bem, mas não precisa estragar a noite da minha amiga — Ela subiu passando pelos seguranças que a conheciam e foi até a Alicia, que estava conversando e sorrindo com o Marcos. Ela estava odiando o Taylor por estragar a noite da amiga. Chega bem próximo dela e sussurra algo em seu ouvido. Logo vê os olhos dela entrarem em pânico. Ele se vira para o Marcos. — Preciso conversar com alguém — após falar isso, se vira e sai, deixando-o sem entender e curioso para saber quem era. Ela desce e quando seus olhos encontram os olhos escuros do Taylor, ela sente um arrepio pelo corpo. Suas pernas queriam fraquejar, mas se mantém forte, indo até ele e chamando a atenção de todos. “Olha aquela garota, que linda”, “Será que foi ela que estava com o filho do senhor Trenet?”, “Mas quem é aquele que está esperando por ela?” Todas olharam para o Taylor, reconhecendo o filho do Fidelis. Ele era lindo, estava com um terno azul que deveria custar uma fortuna. Suas mãos pousavam no bolso, demonstrando a sua áurea poderosa, igual à do seu pai. A Alicia parou do lado dele e olhou para seu rosto sério, demonstrando que estava muito irritado. Ele não conseguia disfarçar o olhar pelo corpo dela. O vestido revelava muito as suas curvas e isso o irritou a ponto de tirar o seu sobretudo e colocar nela, sem ela esperar, deixando-a confusa. — Pode ficar com ele — o Taylor falou, se afastando dela, voltando suas mãos no bolso e olhando para ela. — Não estou com frio — Falou, tirando e ele a impediu, segurando suas mãos. — Não vê que está ridícula com essa roupa? — Quando ele terminou de falar, ela o empurrou brava pelas palavras ridículas dele. Sua vontade era de bater nele, mas se segurou. Jogou o sobretudo nele. — Não, preciso disso! — disse, saindo em direção ao banheiro. Taylor sentiu bravo, ninguém nunca tinha rejeitado algo dele. Como ela se atrevia a fazer isso e ainda falar com ele daquele jeito? Quando viu ela entrando no corredor que dava para o banheiro feminino, ele foi atrás dela, passando pelas garotas que olhavam para ele com adoração, mas ele fingia que não via. Ele ignora todas e se aproxima da Alicia, que percebe que está sendo seguida e aumenta os passos, entrando ao banheiro. Ele olha que ela está lá e entra também, mesmo sabendo que o banheiro é feminino. Simplesmente ignora a placa, fechando a porta com raiva. Ela se assusta, olhando com os olhos arregalados para ele. — Por que me seguiu? — ela perguntou. — Você não me deu outra alternativa — ele respondeu. — Vai embora! — ela disse. — Eu vou, mas você vem comigo! Vamos? Vou levá-la para casa — disse autoritário. — Por que isso agora? Você não é nada meu. Não falou que estou ridícula com essa roupa? É melhor se manter distante de mim. Não quero que passe vergonha. Ah! E pode deixar que o Marcos me leva, já que vim com ele. Ele a olhou com raiva, nunca sentiu tanta raiva como estava sentindo naquele instante. Ele estava tão incomodado com ela perto do Marcos que estava até se estranhando. Mas uma coisa era certa, não deixaria ela sozinha com ele. — Você vai comigo agora! Alicia, duvido que seus pais saibam que está aqui. Vou levá-la para minha casa e amanhã o motorista te deixa em casa — ele falou autoritário, deixando claro que não estava brincando. — Por que está fazendo isso? Odeio você... — falou segurando as lágrimas, agora estava conhecendo o verdadeiro Taylor.