Depois de uma semana inteira de “descanso” — se é que alguém em sã consciência chamaria aquilo de descanso —, voltamos para casa. A tal da lua de mel parecia mais um teste de resistência olímpica do que férias. Eu mancava como se tivesse feito cem voltas de cavalo sem sela, e Ryan andava ajeitando a bermuda como se carregasse um segredo explosivo ali dentro. Enfim, sobrevivemos.
A primeira coisa que fiz ao entrar no prédio foi disparar para o apartamento onde Lucy estava hospedada. Afinal, eu precisava conferir se aquela golpista ainda respirava sem dar escândalo. Para a minha surpresa, ela estava calma. Sim, calma. Um verdadeiro milagre.
— O que aconteceu com ela? — perguntei, desconfiada.
O segurança, sério como sempre, respondeu:
— Dona Lucy só saiu para ir às consultas médicas. Mas,— ele coçou a nuca — uma ligação de Akira foi interceptada.
Meus olhos se estreitaram. Aquela cobra ainda rondava. Antes que eu pudesse armar barraco, Ryan apareceu ao meu lado, todo compenetrado, anota