A lua de mel parecia mais um reality show de comédia romântica do que uma viagem paradisíaca. As Ilhas Canárias, com suas praias azul-turquesa e resorts luxuosos, eram o cenário perfeito para casais apaixonados desfilarem de mãos dadas, bronzeados e sorridentes. Só que no nosso caso, eu e Ryan estávamos mais para protagonistas de um episódio cômico de sobrevivência, onde o inimigo não era a falta de amor, mas o excesso dele.
Eu, Fiona — ou melhor, Aimee, mas que ele insiste em me chamar de Fiona — decidi entrar no mar logo no primeiro dia, imaginando que a água refrescaria o corpo dolorido depois da maratona que havíamos feito no jatinho. Mal sabia que estava prestes a inaugurar um espetáculo digno de plateia.
Assim que a primeira onda bateu, um ardor indescritível tomou conta de mim. Eu dei um pulo, arregalei os olhos e gritei tão alto que, se tivesse uma câmera de drone filmando, o vídeo teria viralizado em segundos:
— Pelo amor de Deus! Estão salgando o meu ninho! Eu tô na salmoura