O Presente para Dona Mercedes
Quando entramos no quarto do hospital, vi os olhos da dona Mercedes brilharem. Ela estava sentada na cama, as mãos ainda frágeis, mas o sorriso vivo como nunca. Aquela mulher era a base da minha Fiona — não havia como negar. — Graças a Deus — Aimée falou, correndo até ela, abraçando-a com cuidado. — Mamãe, em breve a senhora vai sair daqui. Eu me aproximei, segurei a mão dela e disse: — Amanhã, provavelmente, a senhora recebe alta. E não se preocupe com nada, dona Mercedes. Eu e Aimée vamos buscá-la. Ela tentou protestar: — Mas a minha casa… Eu não deixei nem terminar. Balancei a cabeça e respondi firme: — A senhora não vai voltar para aquela casa. Os olhos dela se arregalaram. Aimée me olhou de lado, surpresa, mas não me interrompeu. — Como assim, Ryan? — dona Mercedes perguntou. — Eu sempre vivi lá…