Olho Vivo e Mão Leve
Amanheceu com um cheiro de café forte invadindo o corredor do prédio. Aimee estava sentada no sofá, ainda de pijama, olhando as notificações no celular e de olho nas câmeras da cobertura. A cada dois minutos, voltava o olhar pro monitor.
— Essa mulher tá aprontando, mamãe. Eu sinto no meu sexto, sétimo e oitavo sentido — disse, sem tirar os olhos da tela.
Dona Mercedes apareceu na sala, de avental florido, enxugando as mãos.
— Minha filha, você não tem descanso, não? Nem grávida sossega?
— Grávida, mas não cega — respondeu Aimee, mordendo um pedaço de pão. — Lucy anda quieta demais. E quando golpista fica quieta, é porque o golpe tá sendo cozinhado.
A mãe sentou-se ao lado dela, pegando uma xícara de café.
— O Ryan não disse que já dobrou a segurança?
— Dobrou, mas eu não confio. Segurança homem é mole. Se ela piscar os olhos, o segurança entrega até a chave da cobertura.
Dona Mercedes bufou.
— Então o que você quer que eu faça, Aimee?
Aimee olhou pra mãe com aque