O abraço da Fiona
Chegamos em casa já cansados, mas com o coração cheio daquele dia maluco. Assim que a porta se fechou atrás de nós, eu não resisti: abracei Aimée com toda a força que eu nunca usei para abraçar ninguém. Apertei, respirei o perfume dela, deixei meu rosto encostar no pescoço macio dela.— Aimée… minha Fiona… — sussurrei.Ela ergueu o rosto e me olhou com aquele olhar debochado que só ela tem.— O que você quer, Shurek? — disse, rindo, como quem não leva nada a sério.Olhei direto para os olhos dela, sem medo. — Eu estou me apaixonando por você.Ela travou. Ficou sem fala. E esse silêncio dela, que nunca fica sem resposta, só me deu mais coragem. Segurei o rosto dela entre as mãos e beijei. Não foi beijo de brincadeira, não foi cena para as redes sociais, foi beijo de homem que se entrega. Beijei com vontade.— Você é totalmente diferente de todas as pessoas que eu conheci — falei, ainda sem soltar a boca dela.