O som dos saltos ecoava no corredor como um prenúncio de tempestade. Funcionários desviaram os olhares, fingindo se ocupar com papéis e telefonemas, enquanto a figura de Monique atravessava o ambiente com o queixo erguido e os olhos faiscando. Não pediu para ser anunciada. Não esperou. Simplesmente abriu a porta do escritório de Paul com um estrondo, invadindo a sala como se ainda tivesse algum direito sobre ele.
Paul levantou os olhos do contrato que revisava. O semblante permaneceu calmo, mas no íntimo já sabia que aquele momento chegaria.
— Monique. — disse apenas, a voz controlada. — O que você quer aqui?
Ela avançou alguns passos, batendo a pasta sobre a mesa dele com raiva contida.
— Quero saber com que direito você entregou isso ao meu pai! — disparou, os olhos marejados, mas duros. — Por que você fez isso comigo? Agora ele cortou relações comigo, William me abandonou, e eu perdi tudo!
Paul respirou fundo, fechando a cane